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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Call of Duty Black OPS







 Analise retirada do site: EuroGamer
Nos últimos anos a série Call of Duty tem sido tomada por assalto por dois estúdios, que se têm alternado anualmente na produção do jogo da série. Os estúdios em questão são o Infinity Ward e Treyarch, este último responsável pela entrega anual, Call of Duty: Black Ops. Sendo a série partilhada por dois estúdios diferentes, o quão diferente é o jogo de ano para ano? Ou podemos encarar como sendo sequelas uns dos outros?
Nos últimos jogos, existe algo que separa as duas formas de produzir Call of Duty. Poderão certamente não concordar, mas na minha perspectiva os jogos da Treyarch carregam nos ombros uma componente mais humana, de maior sentimento. Exemplo disso é Call of Duty: Black Ops, que apenas se aproxima do Modern Warfare 2 no seu multijogador, mas que também teve direito a grandes melhorias. Já em Call of Duty: World at War, o jogador era envolvido numa temática onde de acordo com o Vítor, o descreveu como tinha um "ritmo até mais explosivo, visceral, maduro, apoteótico, triunfante, de marcha imparável", em comparação com o então primeiro Modern Warfare.
Assim neste último jogo, a Treyarch pega numa formula já limada, com créditos dados. Pega em personagens já conhecidas e oferece-nos um ambiente mais rico, nesta que é uma sequela directa de Call of Duty: World at War. Uma das personagens que marca presença é o Sargento Russo, Reznov, que terá um papel importante em todo o enredo. Mas embora esteja em linha histórica, este novo jogo aborda um novo conflito, saltando entre diversos ambientes, como Cuba, Laos no Vietname e até Russia. A personagem principal, se assim a podemos denominar, é Alex Mason, um soldado membro dos MACV-SOG. O jogo decorre na década de 60, entre 1961 e 1968, embora haja certas idas ao passado, nomeadamente para contextualização.

Call of Duty: Black Ops consegue dar-nos novamente todo este ambiente. Embora muitos jogadores critiquem a história dos últimos FPS, nomeadamente aqueles que têm como base conflitos bélicos, o certo é que este novo jogo consegue dar-nos uma história bem acima do esperado, surpreendendo muitas vezes pela forma como é contada ou até pela complexidade de linhas de diálogo. Os hábitos de criticismo têm deixado de lado uma crítica mais directa sobre o produto em causa e embora as comparações sejam óbvias com outros jogos, Call of Duty: Black Ops consegue fazer tudo aquilo que se propõe fazer, e tudo faz bem.
É interessante que muitas foram as vezes que senti estar num verdadeiro conflito. Algo que ajuda em muito tudo isto é a forma com que os nossos camaradas interagem connosco, com subtilezas que nos deixam espantados. Dou como exemplo um dos ataques a uma posição Vietnamita, onde meu colega Frank Woods lidera as operações. Numa emboscada a uma casa, todos encostados à parede, eu tento passar à frente, Woods coloca a mão à frente, e olhando para mim, acena com a mão, sem falar, para eu ter calma. Momentos como este, existem por todo o jogo. E na segunda vez que passamos na mesma situação, poderá ser diferente, isto perante o que fizeres.
Um dos aspectos que a série Call of Duty adquire destaque, tem sido pelo factor choque envolvendo conflitos diplomáticos. O já famoso episódio, "Remember, no Russian", em Modern Warfare 2 colocou o jogo nos mais diversos circuitos noticiosos, tendo em consequência aumentado ainda mais a sua fama. Ou bem ou mal, o que interessa é que se fale do jogo, e Call of Duty: Black Ops volta a tocar nesse assunto, embora mais numa perspectiva política.

Podemos contar com o aparecimento de figuras políticas como o líder Cubano Fidel Castro, recreado fielmente, JF Kennedy e Robert McNamara. O enredo não se priva em colocar estas personagens em confronto, mostrado um ambiente de "guerrilha" psicológica para com os seus subordinados. Algumas cenas irão certamente fazer correr alguma tinta, ao mesmo tempo que elevarão a controvérsia. O interessante é que cada vez mais, neste aspecto, os jogos parecem ser uma arma cultural ou política na mãos de toda a gente, como o cinema já o é por muitas décadas.
A história de Call of Duty: Black Ops, não se resume a uma única linha de ligação, mas vai saltando de ambiente e de personagem, conforme os jogos anteriores. Mas algo que me agradou, é que em grande parte do jogo iremos ser Alex Mason, e o seu cérebro todo queimado pelos diversos acontecimentos e lavagem cerebral. O jogo transporta-nos para dentro da mente de Alex Mason, que está numa sala de tortura a ser interrogado por alguém desconhecido, que constantemente lhe pergunta sobre os número, o que significam os números. Faz-me lembrar o presente que a Activision deixou em todas as redacções de videojogos de todo o mundo, conforme noticiamos, sem sabermos o que significava.
Mason está num processo de recuperação mental, os tempos em Vorkuta não foram os melhores, mas isso terão que ser vocês a descobrir. Em suma, estamos a falar de um jogo que nos dá uma grande variedade de jogabilidade. Iremos pilotar helicópteros, conduzir motos, barcos e até um avião, neste último nada de interessante. A julgar pelo aparato, pensei que iríamos poder voar em formato de ataque directo, como por exemplo com o helicóptero. Mas se olharmos de outra perspectiva, este novo Call of Duty tem muitas mais situações de ataques furtivos.
Graficamente o jogo em certas alturas consegue surpreender, principalmente pelo tamanho aparato de certas cenas. Devido à variedade de ambientes, nunca chegámos à situação de ficar fartos de combater em certas zonas. Mas pessoalmente acho que o jogo é rei no Vietname, chegando a criar aquele efeito claustrofóbico. Uma das cenas que surpreende é um ataque de barco, durante a noite, com a música dos The Rolling Stones - Sympathy For The Devil. Julgo que neste momento o jogo merecia uma jogabilidade a condizer, pois estraga em muito a experiência que poderia proporcionar.
Este contexto do Vietname poderá dividir opiniões. Uns poderão dizer que é cópia directa dos grandes clássicos da sétima arte, outros poderão dizer que é uma fantástica recriação videojogavel desses mesmos momentos. Chegar a uma base no Vietname ao som das músicas da actualidade, e ver imensos helicópteros a chegar, deixar soldados e partirem, com tudo a correr muito bem, é digno de ser realçado. Isto tudo ao som de Creedence Clearwater Revival: Fortunate Son.
O jogo prima também por uma qualidade sonora fantástica. E quem tiver um bom sistema de som, com pelo menos 5.1, irá tirar total partido dele. Por exemplo no modo multijogador. Algo do tipo, "Hey lá, alguém calcou um vidro atrás de mim. Pum matei-te!". Para criar ainda um maior ambiente, temos os actores que deram a voz às diversas personagens. Este aspecto é muitas vezes deixado de lado pelos críticos, e em Call of Duty: Black Ops, está muito bom, com as participações de Sam Worthington, Ed Harris e Gary Oldman.
Call of Duty é sinónimo de multijogador, e para muitos que estão "presos" a Modern Warfare 2 teriam que ter uma alternativa à altura. Agora têm e ainda melhor. O famoso modo de Zombies está de volta, podendo ser jogado com quatro jogador online e dois em modo cooperativo, em ecrã dividido. Como já tinha sido divulgado, iremos poder jogar com as interessantes personagens John F. Kennedy, Richard Nixon, Robert McNamara, e claro o Fidel Castro. Agora são todos bons amigos e têm que proteger o Pentágono do ataque de Zombies.
As grandes novidades residem no modo multijogador por excelência. O multijogador precisava de ser refrescado e pensando nesse aspecto a Treyarch consegue estimular a formula de obtenção de pontos de uma forma interessante. Foi implementado o modo Wager Matches, onde podemos apostar os COD Points, ganhos em batalhas online, em confrontos de todos-contra-todos. Os COD Points são uma espécie de moeda de troca, diferente dos XP, que vamos ganhando nos embates online, e que poderão ser gastos na compra das mais diversas coisas para o nosso armamento, roupas e acessórios.
Para além da compra de diversas coisas ou até mesmo nas apostas, ainda podemos gastar os COD Points em "Contracts", que são no fundo objectivos que colocamos a nós próprios para podermos atingir. Se conseguirmos podemos por exemplo gastar 50 COD Points, e se completarmos esse "contrato" iremos ganhar 250 COD Points e até mesmo adquirir mais XP. Um sistema extremamente interessante e muito dinâmico, havendo sempre muitas coisas onde gastar e nunca ficando restritos a X arma com X acessório.
Como novidades temos também os carros RC, que são explosivos e irritantes, os mísseis teleguiados e helicópteros controlados por nós. Em razão do estatuto ser tudo em Call of Duty: Black Ops, quando começámos somos uns meros rapazotes, com fracas habilidades, fracos acessórios, e todas as opções de personalização bloqueadas. Quanto mais jogarmos, com mais COD Points e XP, maior estatuto iremos ter. Este estatuto ve-se quer nas habilidades, bem como personalização, que neste caso atinge um nível mais alto nesta entrega.
Podemos personalizar imensas coisas, desde fatos, armas, caras, e até mesmos as armas, havendo imensas combinações. Para além claro dos perks, que dão um carácter único a cada jogador. Não raro foram as vezes em que tive uma certa inveja quando reparei que X jogador estava super equipado e muito bem personalizado. "Eu também quero ser assim quando for grande".
Como se as novidades não chegassem, ainda podemos gravar clipes de vídeo dos nossos embates, bem como tirar fotos. Neste aspecto, ainda podemos ver os filmes da comunidade, pontuar e claro, criar aquele vídeo tão desejado do nosso clã. A comunidade gamer da Eurogamer Portugal é grande, e certamente iremos ver excelentes obras. Já alguém criou? Então partilhe.
Call of Duty: Black Ops conseguiu elevar ainda mais a qualidade de toda a série. A Treyarch conseguiu recolher com sucesso o bom dos dois jogos da série, misturando Modern Warfare com o que fazem de melhor. A campanha é muito interessante e embora a história não seja coisa de outro mundo, cumpre muito bem com o seu papel. Extremamente divertido, desafiante e com momentos de arregalar os olhos. Após este jogo, fica no ar qual será o futuro da série. Conseguirá inovar? Irá por outros caminhos? Certamente que muito em breve tudo isso será respondido. Por agora, vou tentar recolher aquele RC, pois sempre gostei de carrinhos.








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