Chat

terça-feira, 17 de abril de 2012

Cave Story

 
  • Editora: Nicalis
  • Género: Acção, Plataformas
  • Idade: 6 anos
  • Produtora: Nicalis
  • Lançamento: 10/12/2010
  • Jogadores: 1
A fama de Cave Story remonta há vários anos. Título grátis para PC, foi ganhando popularidade de boca em boca até ser bastante conhecido, especialmente no seio da comunidade de jogos indie. Será que a sua reputação é justificada ou temos aqui um mero caso de sobrevalorização?

Cave Story dá-nos pouca informação prévia ao início. Vemos um estranho rapaz em frente a um computador a tentar estabelecer contacto com uma rapariga chamada Sue, e de repente ganhamos controlo sobre esta personagem (cujo nome não sabemos) inserida numa caverna. Pouco depois conhecemos os habitantes de uma aldeia chamados Mimigas, que lembram vagamente coelhos. Uma das mimigas, Toroko, parece dar-se bem com a tal Sue mas é raptada, por isso cabe-nos trazê-la de volta e salvar o dia nesta aventura sem grandes reviravoltas, nem surpresas. Porém, a forma como é contada e as personagens que reúne dão-lhe um certo charme.
Cave Story dá-nos pouca informação prévia e atira-nos imediatamente para a acção.

Em Cave Story estamos a braços com um misto de plataformas, acção e shooter 2D, lembrando a espaços Metroid e até Mega Man, entre várias outras influências. O nosso herói começa apenas com uma arma, a Polar Star, mas acrescenta várias novas à medida que avança no jogo, desde arsenal clássico como lança-mísseis e metralhadora, a outras mais originais que não iremos denunciar. Cada arma, salvo duas excepções, tem três níveis e cresce em experiência quando apanhamos blocos amarelos deixados pelos adversários vencidos. Após experiência suficiente, que conseguimos verificar através de uma barra no canto superior esquerdo do ecrã, a arma fica mais forte em vários sentidos, e algumas ganham mesmo propriedades novas. Mas jogar com cuidado é prioritário, pois sofrer dano faz com que a arma equipada perca experiência.

Na questão de controlos, resulta a velha máxima simples e eficaz. Existe um botão para saltar, que quanto mais tempo estiver premido, maior será o salto. Correr antes de saltar aumenta também a altura do pulo, num estilo muito parecido ao de Super Mario. Porém, os controlos não são “spot-on”, portanto fãs de Mega Man poderão estranhar o movimento da personagem ao início até ocorrer habituação. Temos ainda, naturalmente, o botão para disparar, sendo possível apontar na horizontal e vertical mas não na diagonal. Se quiserem apontar para baixo, vão precisar de estar no ar para o efeito.
O progresso de Cave Story segue as pisadas de Super Metroid, com um oceano de localidades para percorrer, igual variedade nos inimigos, e, regra geral, um boss perto do final de cada área. Mas isto não quer dizer que a estrutura esteja separada por níveis. Podem explorar tudo como e quando quiserem excepto se o jogo não o permitir por uma qualquer razão. Na verdade, vários dos segredos só podem ser desvendados em áreas iniciais quando o arsenal já estiver quase completo. À medida que progredimos encontramos vários itens que melhoram a personagem com energia extra ou com mais capacidade para o lança-mísseis, entre muitos outros mimos.

Os bosses em Cave Story estão entre os melhores do género.
Como já referi, Cave Story tem bosses frequentes e batalhas com uma qualidade acima da média. Alguns bosses são bastante bons, quer por motivos ligados à história, quer pelo ambiente da batalha ou pura e simplesmente pelo design e comportamento do inimigo em questão. Em geral não é o jogo mais difícil do mercado, mas a curva de aprendizagem está bem trabalhada, dado que se mantém um desafio constante. O mais provável também é que alguns bosses vos obriguem a assistir ao ecrã de "Game Over" umas quantas vezes antes de poderem finalmente avançar, o que sem dúvida intensifica a experiência no sentido de torná-la mais gratificante. Ainda assim, jogadores menos experientes vão suar com este jogo, especialmente perto do final. Para atenuar isto, save points são relativamente frequentes e bem colocados, portanto dificilmente se sentirão frustrados.

Em termos visuais, Cave Story destaca-se como poucos o fazem. Os gráficos, apesar do inquestionável estilo retro, têm um charme e uma variedade fantástica, com animações super fluidas e quebras de frame completamente inexistentes. Tudo em relação ao jogo neste campo tem detalhes óptimos capazes de rivalizar com os melhores títulos dentro do mesmo estilo. A diversidade de mapas e localidades é abundante e tão depressa podem estar numa zona repleta de verduras como num deserto ou nos confins mais distantes. O desenho das personagens é também repleto de originalidade, carregando personalidade através da sua aparência, mesmo em sprites 8-bits.
Virando a página para o campo sonoro, e descrevendo-o num traço simples, estamos perante uma pérola. Os temas fazem frente a outros de grande nome como Mega Man e poucas são as músicas que não ficarão no ouvido. Todas, praticamente sem excepção, encaixam perfeitamente com o local e situação em que se inserem, quer estejam a lutar com um boss gigante, a passear por um corredor com ovos de dragão ou apenas sozinhos, sem nenhum dos vossos amigos por perto. Os efeitos sonoros são também bons, mas sem se distinguirem tanto. Fazem o que têm a fazer e pouco mais podemos dizer em relação a eles. Uma nota curiosa para a possibilidade de activar no menu principal a opção de música ou gráficos originais da versão PC.
A variedade e qualidade nos gráficos, inimigos e música rivaliza vários jogos de topo.
Finalmente, na questão da longevidade, Cave Story volta a destacar-se da multidão. O modo principal vai provavelmente ocupar-vos cerca de oito horas, sem contar com mortes, nem segredos. Se quiserem descobri-los a todos e, melhor ainda, conseguir um final realmente bom, com muito suor, sangue e lágrimas, terão pelo menos 15, talvez 20 horas à volta deste jogo. Para os verdadeiramente dedicados (também chamados masoquistas), o modo difícil é a mesma coisa, mas sem energia extras nem o lança-mísseis. Têm também vários modos extras por desbloquear, como um boss rush, time attack (têm de percorrer a caverna secreta do jogo o mais rapidamente que conseguirem) e um modo para jogar com uma personagem diferente. Tudo isto, por um jogo que vos pede uns singelos €10. Aqui está o verdadeiro negócio da China!

Conclusão
Cave Story faz jus a tudo o que de bom se diz sobre ele. Falhas? Não há muitas a apontar. Não é perfeito, nenhum jogo é, mas em pontos fulcrais como controlos, dificuldade, grafismo e longevidade, passa o exame com distinção. Nem todos poderão encontrar neste título o charme que outros encontram, mas se pretendem um jogo de plataformas que vos dê um bom desafio e valha o vosso dinheiro, têm aqui a escolha perfeita. Obrigatório para fãs do género e altamente recomendado a todos os outros!

  • Controlos soberbos
  • Gráficos com muito charme
  • Banda sonora bem trabalhada
  • Longevidade muito boa tendo em conta o preço
  • História simples mas cativante
  • Jogadores menos experientes podem achar o jogo díficil



Download

0 comentários:

Postar um comentário